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Entre Ação e Oração


Temos ouvido nas homilias, nos pedidos de nosso papa, até com uma certa insistência, para que sejamos persistentes e perseverantes em nossas orações.

A oração é a única maneira de nos aproximarmos de Deus. Orar é deixar que Deus fale. É libertar-se da logica de um mundo injusto ou de uma justiça baseada em leis. Porem, na vida, nem sempre encontramos espaço e tempo para orar. O mesmo acontecia com Jesus e os apóstolos que, constantemente se viam como que sitiados por multidões.

Temos todo direito de rezar, de dobrar os joelhos e levantar as mãos a Deus pedindo que Ele nos faça justiça, que multiplique para nós o pão de cada dia, que nos conceda a paz e que nos livre de todo tipo de escravização. Mas, Deus também tem todo direito de cobrar de nós alguma dívida, como por ex: o que é que estamos dando afim de que justiça seja feita, para que o pão seja multiplicado, para que a paz venha e para que nossa libertação se cumprir?

Muitos, entre nós, ainda ficam discutindo se é mais importante a ação ou a oração; se é preferível levantar as mãos para o céu ou pô-las em movimento para trabalhar: se é prioritário olhar para Deus ou olhar para o ser humano. Essas questões nem merecem ser levadas em conta. É o mesmo que discutir se, na vida, é mais importante o pai ou a mãe; bem sabendo que ambos são de igual importância. Do mesmo modo, ação e oração devem andar de mãos dadas na caminhada do cristão.

Não poderíamos dispensar a oração sem cairmos no afastamento e no esquecimento de Deus; nem poderíamos dispensar a ação sem cairmos na alienação e no esquecimento de nosso semelhante.

Ideal é não perdermos de vista a postura de Jesus que fazia questão de ficar em constante comunhão com o Pai celeste, sem jamais furtar-se ao cuidado e ao amor para com o ser humano. Não se trata, portanto, apenas de perseverar na oração. A questão é, também, perseverar em que tipo de oração. Assim como os apóstolos vamos pedir a Jesus que nos ensine a rezar e que sejamos persistentes e perseverantes em nossas orações, porque....quanta coisa poderíamos realizar com nossas próprias mãos, porém, preferimos deixar tudo por conta de Deus. Não tem sentido uma oração que “force” Deus a assumir responsabilidades que são nossas. Se assim agirmos estaremos dirigindo para o céu uma oração iníqua, não uma oração inocente. Quando acorremos as nossas igrejas para recitar intermináveis ladainhas afim de apressar o advento da justiça, porém, permanecemos calados perante as prepotências dos mais fortes, nós estamos dirigindo para o céu uma oração iníqua não uma oração inocente; quando promovemos novenas com o intuito de fazer o pão aparecer na mesa de todas as famílias, porém, não trabalhamos afim de que a terra produza seu fruto, nem estamos dispostos a repartir o que temos de sobra em nossas despensas, nós estamos dirigindo para o céu uma oração iníqua, não uma oração inocente..., e quando nos reunimos pra pedir a Deus que disperse nossos inimigos e nos liberte do pecado pessoal assim como do pecado social, porém, não colaboramos afim de quebrarmos nossas corrente, também nesses casos, nós estamos dirigindo para o céu uma oração iníqua, não uma oração inocente....

O cristão convicto da própria fragilidade deveria interrogar a consciência sobre o conteúdo de suas rogativas a Deus. Estará suplicando em nome do Cristo ou das vaidades do mundo? Assim sendo, estará dirigindo pra o céu uma oração iníqua, não uma oração inocente....

A oração iníqua é filha de nossa preguiça e irmã do nosso comodismo. A oração inocente é filha de nossa fé e irmã do nosso amor.

Enfim, nem tudo depende de nossas estratégias opcionais, porém, tudo depende de nossa ação conjunta com a ação de Deus....Pensem nisso !!

Carlos Green

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