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Reflexão do Evangelho


24.03.2019: 3º Domingo da Quaresma

Êxodo 3,1-8a.13-15; Salmo 102; 1Cor,1-6.10-12; Lucas 13,1-9

“SE NÃO VOS CONVERTERDES... MORREREIS”

É assim que Jesus reage aos dois episódios lidos no Evangelho deste domingo. De acordo com os biblistas, Jesus está em Judá em sua décima segunda missão.

Em Jerusalém, Jesus nunca foi bem recebido. Aliás, foi muito hostilizado especialmente pela classe religiosa dirigente, como os chefes dos fariseus, os mestres da lei, os escribas, etc., com algumas exceções. E, claro, tudo era observado pelas autoridades estrangeiras que ocupavam o país. Os exércitos de Pilatos estavam sempre atentos ao surgimento de grupos revolucionários.

Por exemplo, mais tarde, Gamaliel, que era um líder no Sinédrio, recorda que as forças da ocupação tiraram de circulação dois desses líderes populares, agitadores e rebeldes, um tal de Teudas, e certo Judas, o Galileu (cf. Atos 5,34-40). Com certeza Jesus era tido como possível revolucionário, E esse foi o pretexto utilizado pelos chefes religiosos para entregá-lo a Pilatos. Claro, nessa ocasião Jesus falou solenemente que não tinha pretensões políticas (cf. Jo 18,33-37). O seu Reino era de outra natureza.

Mas o povo eleito, em grande parte, era rebelde à mensagem e ação do tão esperado Messias. Com mais vigor Jesus conclama o povo à penitência. E eleva o tom da voz. Nessa ocasião, o que estava no centro das conversas do povo, era um massacre de galileus, a mando de Pilatos, dentro do Templo, e um acidente, a queda de uma torre, que havia matado dezoito pessoas. O Evangelho ainda traz a parábola da videira estéril, que ajuda a entender a desgraça que a soberba produz.

A gente pode imaginar o que os meios de comunicação diriam hoje a respeito dessas tragédias. Além disso, nessas ocasiões, todo mundo acha que é teólogo, profeta, conselheiro, palpiteiro. Todo mundo acha que tem uma explicação. E a explicação que o povo dava a esses dois casos era singela: aqueles homens eram culpados, e pronto, mereciam o castigo. Como se só eles fossem pecadores.

É aí que Jesus intervém. Fala que o povo de Jerusalém, que se julga religioso, mas cuja soberba o impede de reconhecer Cristo, não está salvo da ira de Deus. E por isso conclama os habitantes todos a se converterem, para não merecerem um final trágico igual aos das vítimas nos dois episódios mencionados.

Portanto, está aí, talvez, veladamente, o primeiro anúncio da destruição de Jerusalém, fato que ocorreu uns quarenta anos depois, no ano 70.

Muitas lições podemos tirar desse texto.

Em primeiro lugar, quem tiver interesse por sua salvação eterna, se apresse em merecê-la. “Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita” (Lc 13,24). E como posso ter garantia de que estou no caminho da salvação? O Catecismo nos ensina a fazer como Santa Joana d’Arc. Interrogada se sabe se está na graça de Deus, responde: “Se não estou, que Deus me queira pôr nela; se estou, que Deus nela me conserve” (n.2005).

Então, para sabermos se somos humildes e sinceros diante de Deus, podemos fazer uma oração com as palavras dessa santa: “Senhor, se não estou no caminho da salvação, me coloque nele; e se já estou, me mantenha ali”. E assim teremos a consciência em paz.

Por fim, alguém poderia perguntar: se a cidade de Jerusalém tivesse se convertido, será que teria sido poupada da destruição? – Não podemos duvidar. Pois há muitíssimos casos, na Bíblia e na história da Igreja, de cidades e países que, pela oração, se livraram de poderosos exércitos inimigos. Há casos bem conhecidos como o de Belgrado (1456: pela invocação do nome de Jesus), países cristãos (1571, batalha de Lepanto, recitação do rosário), Viena (1683, recitação do rosário), França (1870, Nossa Senhora de Pontmain, recitação do rosário), Hungria (1954, recitação do rosário), etc.

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