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Reflexão do Evangelho


07.04.2019: 5º Domingo da Quaresma

Isaías 43,16-21; Salmo 125; Filipenses 3,8-14; João 8,1-11

ERA JESUS QUE QUERIAM CONDENAR

Sobressai com facilidade, entre as leituras deste domingo, o episódio da pecadora ameaçada de apedrejamento, e perdoada por Jesus.

Algumas considerações iniciais para entender a farsa aprontada pelos que se julgavam puros e separados, os fariseus.

1.Os escribas são tidos como os que sabem e entendem da Lei. 2.Os fariseus são tidos como rigorosos praticantes da Lei.

3.Nesta história, temos um caso pouco frequente em que os fariseus são apresentados como únicos responsáveis. Em geral, os dois grupos, escribas e fariseus, são apresentados unidos nas repreensões e nos ataques a Cristo.

4. Somente os romanos, que dominavam politicamente a região, podiam aplicar a pena de morte (“ius gladii”, “direito da espada”: cf. Joaquim Jeremias, Teologia do Novo Testamento, Paulus, p.347.) Isso os judeus sabiam muito bem. Diante de Pilatos, disseram: “Não nos é permitido condenar ninguém à morte” (Jo 18,31).

5.Os escribas, conhecedores dessa lei, não se prestariam a passar pelo vexame de condenar alguém à morte sem poder fazê-lo na prática.

6.Se Jesus dissesse que a mulher deveria ser apedrejada, entenderiam que Ele estaria dando um golpe de Estado. Estaria ocupando um poder que somente a Pilatos, governador romano, pertencia. E aí não seria nada difícil a esse governador romano tirar-lhe a vida, e desfazer-se de mais um suposto revolucionário.

7.Aqui Jesus demonstra que não tem nenhuma pretensão de dar um “golpe”, realizar um ato revolucionário e ocupar o poder, como muita gente imaginava que o Messias deveria fazer. Até os Apóstolos pensavam assim: “É agora que vais restaurar a realeza em Israel?” (Atos 1,6).