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Reflexão do Evangelho por Pe. Aldo Dal Pozzo


28.07.2019: 17º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Gênesis 18,20-32; Salmo 137; Colossenses 2,12-14; Lucas 11,1-13

QUEM REZA SE TORNA AMIGO(A) DE DEUS

Várias vezes a Bíblia diz que Abraão é “amigo de Deus” (2Crônicas 20,7; Judite 8,22; Isaías 41,8; Daniel 3,25; Tiago 2,23). Observamos na 1ª leitura de hoje, como Deus e Abraão possuíam a familiaridade típica de velhos amigos, trocavam palpites entre si, expunham segredos e planos. E Deus falou do castigo que iria aplicar a duas cidades conhecidas pelos seus pecados, e que tinham ido além da medida.

Sim, a Bíblia fala de castigo. E muito. (Veja-se, por exemplo, Hebreus 3,7-19.) Parece que nos esquecemos deste “detalhe” em nossas pregações. O castigo visa obter um bem maior. São uma correção (Hb 12,6). Seria ótimo a gente aceitar os sofrimentos como uma correção. Existem pecados que chegam até os altos dos céus, “bradam ao céu”.

Diz o Catecismo da Igreja Católica, n.1867: “A tradição catequética lembra também que existem “pecados que bradam ao céu”. Bradam ao céu: o sangue de Abel (Gn 4,12); o pecado dos sodomitas (Gn 18,20); a queixa do estrangeiro, da viúva e do órfão (Ex 22,20-22), a injustiça para com o assalariado (Dt 24,14-15; Tg 5,4)”. Não tem perdão, claro, os pecados de quem nem sequer admite ter pecados. É a soberba. Muito frequente. Sobretudo a soberba de quem acha que o inferno seria apenas uma ameaça infantil.

Então, as leituras de hoje são, digamos assim, uma ducha de água fria para os que acham que podem pecar à vontade, e que acham que nada é pecado, e que qualquer comportamento é lícito, e que pode transgredir a ordem natural das coisas.

Parece que também hoje o mundo está mergulhado na imoralidade. E podemos fazer a seguinte pergunta a certas pessoas: “Você deseja salvar sua alma?” Para quem não pensa na vida eterna, qualquer palavra bíblica é loucura. As pessoas mergulhadas na imoralidade são incapazes de qualquer bom pensamento.

Por exemplo, existem grupos e partidos que defendem toda espécie de imoralidade, aborto, etc. Então, não sei como fica quem acha que reza, e depois defende, ensina e apoia quem age contra a vontade de Deus. Aliás, a vontade de Deus é a nossa santificação (1Ts 4,3). A vontade de Deus é a nossa salvação.

E o Evangelho nos dá uma lição sobre a oração. Devemos rezar como Cristo nos ensinou, e não como certos pregadores ensinam. Na oração cristã, não se deve fazer gestos espalhafatosos, nem cair na gritaria, nem elevar demais as vozes. O mestre de santidade, São Bento, ensinava os monges a andarem de cabeça baixa, sempre humildes, e a rezarem de maneira humilde, de cabeça inclinada, mãos postas, voz submissa. Milhares de santos se criaram assim. Temos provas de que Deus não atende a certos tipos de suposta oração, como a de certos orgulhosos e exibicionistas, que usam muitas palavras, e gritam nos microfones, para serem vistos (Mt 6,5-8).

Além disso, a gente jamais deve se atrever a dizer que Deus não atende às nossas orações. Deus conhece muito bem quem nós somos. Dizia o Padre Pio: “Deus não nos concede certas graças para que a gente não acabe tendo um pecado a mais, a ingratidão”. Benefícios sem conta recebemos, mas a Deus às vezes damos o “resto”, os últimos minutos do dia, antes de dormir, quando já estamos com sono.

Temos de rezar para nos salvar. Quem na oração só pede benefícios terrenos, acaba se frustrando. Quem reza para sua santificação, sempre está satisfeito. Outra coisa: quanto mais a gente reza, mais vontade a gente tem de rezar. Quanto menos a gente reza, menos vontade a gente tem de rezar.

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