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Reflexão do Evangelho- Pe. Aldo Dal Pozzo

29.11.2020. 1º DOMINGO DO ADVENTO

Isaías 63,16-17.19; 64,2-7; Salmo 79; 1Corinto 1,3-9; Marcos 13,33-37

Recordemos, inicialmente, que o ADVENTO celebra as DUAS VINDAS de Cristo. Por exemplo, a 2ª leitura de hoje diz: “Ele vos dará PERSEVERANÇA irrepreensível até o FIM, até o DIA de... Cristo” (v.8). E no Evangelho, igualmente, temos as palavras de Jesus: “VIGIAI porque não sabeis quando o dono da casa VEM” (v.35).

O Prefácio das Missa deste domingo diz: “Revestido da nossa fragilidade, Ele veio a PRIMEIRA VEZ... Revestido de sua glória, Ele virá uma SEGUNDA VEZ”.

Na Liturgia da Horas há um texto de São Bernardo de Claraval (séc. XII), em que este monge fala da TRÍPLICE VINDA de Cristo. Ele diz que entre a primeira e a segunda vinda existem as VINDAS INTERMEDIÁRIAS (LH, I, p.137). E cita um texto bíblico, palavras de Jesus: “Se alguém me ama... guarda minha palavra, meu Pai o amará e nós viremos a ele” (João 14,23).

Aliás, acho que não é difícil de entender as vindas intermediárias. Bastaria recordar suas vindas na Eucaristia. Por exemplo, foi publicado um livro, na Itália, escrito pelo cardiologista Franco Serafini. Ele analisa todos os 5 milagres eucarísticos (o de Buenos Aires, Tixtla, Sokolka, Legnice, Lanciano) que passaram pelo crivo da ciência. Por incrível que pareça, nesses milagres eucarísticos, de forma realista, está o CORAÇÃO VIVO de Cristo.

Sim, coração vivo de Cristo, literalmente, ao pé da letra, coração que está pulsando sem parar. Isso foi verificado em laboratórios de última geração (Dr. Franco Serafini, "Um cardiologista visita Jesus. Milagres eucarísticos à prova da ciência" (Edizioni Studio Domenicano, 2018). (Se alguém deseja ler um artigo a respeito, pode buscar no google: Un cuore vivo che soffre. L'Eucaristia, parla la scienza. La Bussola... Nele há tradução ao português.)

Na segunda vinda, haveremos de prestar contas de nossa vida. Cristo veio e estabeleceu os meios de salvação. Não será Cristo Juiz quem vai condenar. É a própria pessoa que pode auto-excluir-se do Reino dos Céus, diz o Catecismo (CIC, n. 1033).

E, claro, quem trabalha pela salvação eterna, vive muito melhor neste mundo. Cristo, de fato, estabeleceu um novo modo de viver. Basta observar como viviam os pagãos naqueles tempos. Há relatos de que em épocas de doenças, pestes e mortes, os doentes e idosos eram simplesmente jogados para fora de casa, abandonados.

Os cristãos, ao contrário, “visitavam os doentes, serviam-nos com diligência, dispensavam-lhes cuidados em Cristo” (cf. Eusébio de Cesareia, História Eclesiástica, VII,22). Também no império romano, as crianças ainda no seio da mãe não tinham direito nenhum, podiam ser mortas livremente. Mas os cristãos afirmavam que o aborto é homicídio (Cf. Atenágoras de Atenas, n.35).

Entre outras coisas, isto nos lembra que a doutrina da Igreja é a mesma daquela dos tempos apostólicos, e nunca foi mudada.

Quando se abandona Cristo, as barbáries retornam. Então, entre a primeira e a segunda vinda de Cristo, e com as suas vindas intermediárias, temos a chance de criar um pouco de paraíso neste mundo.