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Construir a amizade social

Iniciamos a Quaresma, tempo de conversão, penitência e renovação interior. Neste ano a Campanha da Fraternidade nos apresenta um tema muito propício e necessário à nossa reflexão e oração: Fraternidade e amizade social. A construção da amizade social envolve a família, as comunidades, as várias organizações da sociedade e as instituições do estado, que são chamadas a trabalhar em conjunto, na base de valores comuns, radicados na própria natureza da pessoa, que exprimem os traços mais autênticos de uma civilização e estão acima de qualquer ideologia e egoísmo de grupos.

Imprescindível entre os valores comuns está o valor da vida. Não se pode invocar amizade social e desprezar a vida, porque a vida humana não pode ser considerada como um objeto de que se possa dispor. A vida humana é sagrada e cada vez mais desenvolver viva sensibilidade pelo seu valor desde a concepção até o seu fim natural.

Relacionado com o valor da vida está o valor da solidariedade. Num mundo marcado por tantas desigualdades e tantas pessoas carregando sozinhas o fardo da vida, precisamos de projetos sociais que promovam a solidariedade, gerem proximidade entre as pessoas e comunidades, porque os outros compartilham conosco o mesmo destino e somos corresponsáveis nesta caminhada de promoção do irmão.

Somos irmãos e não inimigos. Para construir amizade social devemos ter diante dos olhos o valor da paz. Vivendo num ambiente caracterizado pela violência verbal, homicídios, agressividade nos ambientes comunitários e familiares, guerras entre os países não podemos ficar parados, somos chamados a promover a causa da paz e da

compreensão entre as pessoas.

Para a construção da paz surge naturalmente outro valor, o diálogo. Este valor se manifesta na escuta recíproca, no dar lugar e voz ao outro, seus projetos e sua cultura. Papa Francisco disse que “São Francisco de Assis escutou a voz de Deus, escutou a voz dos pobres, escutou a voz do enfermo, escutou a voz da natureza. E transformou tudo isso num estilo de vida” (FT 49).

Por fim, mantendo nossos olhos fixos em Jesus precisamos destacar a reconciliação como valor fundamental para a construção da amizade social. O Papa Francisco recorda que “nenhuma família, nenhum grupo de vizinhos ou uma etnia e menos ainda um país tem futuro, se o motor que os une, congrega e cobre as diferenças é a vingança e o ódio” (FT 243). Olhando para Jesus que perdoa, precisamos colocar como normal, como parte do quotidiano buscar a reconciliação e dar o perdão.

Vamos aproveitar este tempo de quaresma para que estes valores se façam presentes nas nossas famílias, nossos grupos, comunidades e ambientes. Nós podemos fazer a diferença na construção da amizade social, porque somos e sabemos que todos irmãos.

Dom Sergio de Deus Borges




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